Monteiro Lobato publica no Estadinho o artigo “À propósito da exposição Malfatti”, uma crítica à mostra de pintura moderna de Anita Malfatti, inaugurada uma semana antes. Mais tarde publica também o artigo “Paranóia ou mistificação?” No texto, Lobato elogia o talento e a habilidade da pintora, mas critica arduamente o fato de ela ter aderido ao que ele denominou “ramos da arte caricatural”. Lobato escreve: “Há duas espécies de artista. Uma composta dos que vêem as coisas veem consequência fazem arte pura, guardados os esternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (…). A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (…) Estas considerações são povoadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e cia. [O Diário de São Paulo, dez/1917] Estopim de sua polêmica com os modernistas, o artigo suscitaria a solidariedade de amigos de Anita – sobretudo Menotti del Picchia e Mario de Andrade – que passaram a culpar Lobato por uma suposta regressão estética da pintora, ao mesmo tempo que desqualificavam-no como crítico e renegavam suas idéias sobre arte e cultura.”
O Brasil declara guerra aos alemães.
Com comissão julgadora composta por Amadeu Amaral, J. Washington Rodrigues e Monteiro Lobato, é aberta a exposição de artes plásticas sobre o Saci promovida pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“Mudo-me para S. Paulo na próxima semana. Fico na rua Formosa 53 até tomar casa.” M.L.
Surge em Caçapava a revista Parahyba, em que Lobato colabora com textos e ilustrações. A partir do número três, desenha também sua capa.
Sob o título “Mitologia brasílica”, em o Estadinho, edição vespertina de O Estado de S. Paulo, dá início a uma pesquisa pioneira de opinião pública sobre o saci. Reunindo as respostas de leitores e textos de sua autoria, Lobato organiza O Saci-Pererê: resultado de um inquérito, seu livro de estréia, lançado no início de 1918.
O Estado de S. Paulo publica o artigo “A criação do estilo”, mais tarde compilado no livro Idéias de Jeca Tatu, em que Lobato sugere que se incorporem elementos do folclore brasileiro nos cursos de arte, especialmente nos do Liceu de Artes e Ofícios.
Vende a Fazenda do Buquira herdade do seu avô, o Visconde de Tremembé – “Vendi a fazenda a um senhor Alfredo Leite, de Vila Paraguassú (…). Saio daqui para Caçapava, provisoriamente, e de lá tomarei rumo definitivo.” M.L.
Revolução Russa.
Nasce sua filha caçula, Ruth Monteiro Lobato.