La Revue Nouvelle publica na França O Imposto Único, texto de Lobato traduzido por Jean Duriau.
“A nossa nova empresa editora vai com todos os ventos favoráveis. Cada edição, um triunfo. (…) Queres ver como entre nós vão as coisas evoluindo e como está ficando yankee a nossa técnica editora? Anos atrás, na velha companhia, quando tirávamos de uma obra 3.000, todo mundo achava que era arrojo. Pois hoje começamos muitas com 10.000 (…). E soltamos a avalanche de papel sobre o público como se fosse uma droga de farmácia, um Biotônico. Anúncios, circulares, cartazes, o diabo. O público tonteia, sente-se asfixiado e engole tudo. (…) Editar é fazer psicologia comercial.” M.L., Rio.
Lobato publica, em O Jornal, do Rio de Janeiro, sob a forma de folhetim, “Mister Slang e o Brasil” que tinha como subtítulo “Colóquios com o inglês da Tijuca”. Seria lançado como livro em maio desse mesmo ano, pela Companhia Editora Nacional.
Lançamento de “As Aventuras de Hans Staden”, adaptação de “Meu Cativeiro entre os Selvagens do Brasil” para o público infantil.
O jornal A Manhã lança com grande estardalhaço o folhetim “O Choque das Raças”, publicado sob a forma de livro pela Companhia Editora Nacional no Natal do mesmo ano, com tiragem de 16 mil exemplares. O único romance de Lobato e tendo como temática um evento futurista – as eleições nos EUA em 2228- , nessa obra Lobato realiza profunda reflexão sobre preocupações permanentes da humanidade. Discute temas como a luta entre os sexos, conflitos raciais e injustiça social, ao mesmo tempo que reavalia os conceitos de liberdade e dominação. Apesar da admiração pelos EUA, coloca o dedo na ferida da desigualdade entre as raças e do perigo do consumismo extremado daquele país.
A Revue de L’Amerique Latine, n.º 56, publica “Meu conto de Maupassant”, de Urupês, vertido para o francês por Jean Duriau.
Pelas páginas do suplemento paulista do jornal A Manhã, Mario de Andrade refuta o artigo “O nosso dualismo” com o texto “Post-Scriptum Pachola”. Ao final, “com o coração sangrando e os olhos mojados de lágrimas”, anuncia a morte de Lobato. Mais um capítulo da polêmica com os modernistas.
“Fui traduzido na Síria por E. Kouri; na Alemanha por Fred Sommer; na França por Duriau. E como de muito tempo ando com a Espanha e a Argentina no papo, já apareci em seis países. Quer dizer que só fali comercialmente.” M.L., Rio de Janeiro.
O Diário de São Paulo publica o artigo “O nosso dualismo” em que Lobato, referindo-se ao modernismo, afirma: “Essa brincadeira de crianças inteligentes (…) vai desempenhar uma função muito séria em nossas letras. Vai forçar-nos a uma atenta revisão de valores e apressar o abandono de duas coisas a que andamos aferrados: o espírito da literatura francesa e a língua portuguesa de Portugal”, Monteiro Lobato.
Lobato concorre novamente e perde a eleição na Academia Brasileira de Letras.