Lançamento de “Nasino”, edição italiana de Narizinho.
Convidado pelo Partido Comunista para fazer parte de sua chapa de candidatos às eleições gerais marcadas para dezembro, Monteiro Lobato não aceita.
Lobato acompanha o processo de redemocratização que sacudiu o país, culminando com o fim da ditadura do Estado Novo e a queda de Getúlio Vargas em 29 de outubro, e mostra-se pessimista com a perspectiva da vitória de Dutra nas eleições.
Monteiro Lobato integra a delegação paulista do I Congresso Brasileiro de Escritores reunido em São Paulo. É divulgada, no encerramento, uma declaração de princípios exigindo “legalidade democrática como garantia da completa liberdade de expressão do pensamento” e a redemocratização plena do país.
Após o longo período de isolamento imposto pela censura do Estado Novo, Lobato concede entrevista ao Diário de São Paulo, de grande repercussão.
“A Menina do Narizinho Arrebitado” é transformado em novela para crianças pela Rádio Globo no Rio de Janeiro.
Com a rendição dos alemães, a Segunda Guerra Mundial chega ao fim.
William Rex Crawford, adido cultural da embaixada americana no Rio de Janeiro, encaminha a Walt Disney sugestão de Luiz de Toledo Piza para que fossem incorporados temas e personagens da obra infantil de Lobato em futuras produções de seu estúdio.
Lobato participa da fundação e torna-se diretor do Instituto Cultural Brasil-URSS.
Lobato assina contrato com a Editora Brasiliense para edição de suas Obras Completas.
Recuperando-se de intervenção cirúrgica em que retirou um quisto no pulmão, Monteiro Lobato envia discurso gravado de saudação a Luís Carlos Prestes para o comício realizado pelos comunistas no Estádio do Pacaembu, São Paulo.
Os EUA lançam duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Lançamento da primeira série (literatura geral) das “Obras Completas” pela Brasiliense, em 13 volumes.
General Dutra toma posse na presidência da República.
Lobato torna-se sócio da Editora Brasiliense, fundada em novembro de 1943 por Caio da Silva Prado, Leandro Dupré, Hermes Lima, Artur Neves e Caio Prado Júnior.
Monteiro Lobato embarca para a Argentina. De acordo com a família este auto-exílio foi provocado pelo decepção e amargura com relação aos políticos brasileiros alem de ser um ato publico de repudio ao governo da época e à censura a que foi submetido.
Em Buenos Aires, Lobato funda, com Manuel Barreiro, Miguel Pilato e Ramón Prieto, a Editorial Acteon.
Inaugurada a Livraria Monteiro Lobato, da Editora Brasiliense.
Lançamento da segunda série (literatura infantil) das “Obras Completas” pela Brasiliense, com 17 volumes. A Editorial Vitória lança “Zé Brasil” em que Lobato reelabora seu personagem Jeca Tatu, transformando-o em trabalhador sem terra, esmagado pelo latifúndio.
A Editorial Codex, de Buenos Aires, lança uma série de livretos de armar, com textos de Lobato. Ilustrados por Eugenio Hirsch e Carmen Hidalgo, constituíram novidade na época. Lobato faz sucesso na Argentina.
Monteiro Lobato volta ao Brasil. Em entrevista aos repórteres que o aguardavam no aeroporto, classificaria o governo Dutra de “Estado Novíssimo, no qual a Constituição seria pendurada (suspensa) num ganchinho no quarto dos badulaques”.
De volta ao Brasil Lobato continua lutando contra a censura e a favor da Democracia. Diante da proibição das atividades do Partido Comunista em todo o país, determinada pelo ministro da Justiça, escreve para um comício de protesto a parábola do Rei Vesgo. Lido e aclamado pela multidão reunida no Vale do Anhangabaú na noite de 18 de junho, o texto reflete o desencanto de Lobato com a democracia restritiva do general Dutra.
Participa da fundação da revista Fundamentos; publicados os folhetos “De quem é o petróleo na Bahia” e “Georgismo e Comunismo”.
Vai a Salvador assistir a opereta “Narizinho Arrebitado”, de Adroaldo Ribeiro da Costa. Lobato escreveria novo libreto para o espetáculo, considerado sua última criação infantil.
2 de julho de 1948, Monteiro Lobato concedeu à rádio Record aquela que seria a última entrevista de sua vida, a qual encerrou com as palavras: “O Petróleo é Nosso!”.
O criador do Sítio do Picapau Amarelo morre, às 4 horas da madrugada, em casa, vitimado por um derrame. O corpo foi velado na antiga Biblioteca Municipal de São Paulo e em seu cortejo fúnebre, que seguiu a pé até o Cemitério da Consolação, onde mais de dez mil pessoas cantaram o Hino Nacional.